Laura Vanesa Barraza estuda e pesquisa no Brasil há quatro anos. Foto: LabTel
Nascida em Bogotá, capital da Colômbia, Laura Vanesa Barraza cresceu em uma casa marcada pelo conhecimento e pelo cuidado. Filha de dois professores – o pai fascinado por tecnologia e a mãe dedicada à educação infantil – ela foi desde cedo estimulada a explorar o mundo com curiosidade. Foi nesse ambiente, que nasceram os primeiros interesses que mais tarde a levariam à engenharia.
Durante o ensino médio, participou de um programa de aprofundamento em ciências exatas, oferecido pela escola que ela frequentava no bairro de Kennedy. Foi aí que a jovem, que antes sonhava em se tornar Médica, começou a dar os primeiros passos para uma graduação em Engenharia.
Mas o interesse na área da saúde não foi deixado de lado. Laura resolveu unir a matemática com o sonho da Medicina e foi cursar Engenharia Biomédica na Escuela Colombiana de Ingeniería Julio Garavito,em 2016.
Estudos Iniciais
No ano da pandemia, 2020, a jovem deu os primeiros passos como pesquisadora ao começar uma iniciação científica.
Inicialmente, a estudante se dedicou a dois projetos: um exoesqueleto e uma prótese de mão mecânica.
Hoje, olhando para o passado, a doutoranda reconhece a importância dos passos iniciais na pesquisa. Foram eles que a ajudaram a transformar a realidade e a colocar em prática toda a teoria aprendida dentro da sala de aula.
Com o diploma de bacharelado em mãos, recebeu um convite para sair da zona de conforto e se aventurar em outro país, em 2021. Laura agora estava prestes a escrever um novo capítulo de sua história: o mestrado em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Espírito Santo
A mestranda deu continuidade no trabalho da prótese de mão robótica, instrumentando-a com dois sensores de fibra óptica. Em 2023, defendeu a dissertação “Intelligent Soft-Sensor System to Add Haptic Perception to Underactuated Hand Prosthesis”, sob a orientação do professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Camilo Díaz Arturo.
O que conquistou Laura no Brasil não foi apenas a ciência, mas tudo o que veio com ela. A engenharia se encantou com a estrutura oferecida para pesquisadores, com a chance de aprimorar ainda mais os estudos e, principalmente, com o acolhimento caloroso dos brasileiros.
Ela relata que em seu país de origem, fazer ciência pode ser mais dificultoso devido a existir menos instituições de apoio financeiro para pesquisa, o que torna o processo mais complexo.
Nova etapa
Da graduação à Pós-Graduação, o objetivo de Laura sempre foi o mesmo: transformar a realidade à sua volta. E ela quer mais.
Segundo a engenharia, um desafio durante os estudos a estimulou a não parar na dissertação de mestrado. Laura explica que muitas pessoas, devido à falta de uma musculatura fortalecida, não conseguem sustentar o peso dos protótipos que pesquisadores como ela desenvolvem.
Reverter esse desafio ganhou espaço em sua tese de Doutorado, também na Ufes. A pesquisadora passou a se concentrar na criação de um exoesqueleto de membros superiores que facilite o uso de dispositivos mecânicos.
O aparelho, que deve ser apresentado nos próximos anos junto com a defesa do projeto, deve facilitar o suporte e a criação de dispositivos da Engenharia Biomédica, como por exemplo a própria prótese estudada por Laura durante a graduação.
Projetos acessíveis
Não adianta querer transformar a realidade sem antes entender que ela é diversa. E Laura entendeu muito bem isso.
Há alguns anos trabalhando com a prótese de mão em aspectos diferentes, Laura ressalta que seu objetivo é construir projetos de baixo custo e que possam ser acessíveis para todos.
A prótese, por exemplo, custa em média US$ 600 (aproximadamente R$ 3200)- em contrapartida, modelos comerciais já existentes que chegam até US$ 10.000 (aproximadamente R$ 55 mil).
A doutoranda esclareceu que a principal diferença entre os dispositivos é a composição, que é feita com impressoras 3D e usa menos motores, sendo mais acessível e mais dinâmico para a população.
Quando perguntada sobre sua maior motivação, afirma: “eu gosto de pensar que o que eu faço vai ter um impacto positivo nas pessoas, isso ao final das contas é a minha maior motivação.”
Experiências e Desafios
Da Colômbia para o Brasil e do Brasil para o outro lado do oceano, na Inglaterra, Durante o doutorado, Laura teve a oportunidade de ficar 6 meses na University of the West of England (UWE Bristol), desenvolvendo partes do exoesqueleto de membros superiores na instituição inglesa.
Nas horas vagas, Laura lê bastante, além de adorar ouvir música e patinar. Além disso, sair com os amigos e conhecer gente nova é fundamental para descontrair e relaxar.
A história de Laura está bem longe do fim. Nos próximos capítulos, a jovem que saiu da Colômbia e veio escrever uma trajetória longe de casa, vai seguir com a pesquisa, realizar testes com o protótipo em desenvolvimento e, é claro, continuar a mudar o mundo.
A estudante uniu duas paixões: a matemática e a medicina
Pesquisa sem fronteiras: a trajetória de Laura Vanesa De Arco Barraza
Nascida em Bogotá, capital da Colômbia, Laura Vanesa Barraza cresceu em uma casa marcada pelo conhecimento e pelo cuidado. Filha de dois professores – o pai fascinado por tecnologia e a mãe dedicada à educação infantil – ela foi desde cedo estimulada a explorar o mundo com curiosidade. Foi nesse ambiente, que nasceram os primeiros interesses que mais tarde a levariam à engenharia.
Durante o ensino médio, participou de um programa de aprofundamento em ciências exatas, oferecido pela escola que ela frequentava no bairro de Kennedy. Foi aí que a jovem, que antes sonhava em se tornar Médica, começou a dar os primeiros passos para uma graduação em Engenharia.
Mas o interesse na área da saúde não foi deixado de lado. Laura resolveu unir a matemática com o sonho da Medicina e foi cursar Engenharia Biomédica na Escuela Colombiana de Ingeniería Julio Garavito, em 2016.
Estudos Iniciais
No ano da pandemia, 2020, a jovem deu os primeiros passos como pesquisadora ao começar uma iniciação científica.
Inicialmente, a estudante se dedicou a dois projetos: um exoesqueleto e uma prótese de mão mecânica.
Hoje, olhando para o passado, a doutoranda reconhece a importância dos passos iniciais na pesquisa. Foram eles que a ajudaram a transformar a realidade e a colocar em prática toda a teoria aprendida dentro da sala de aula.
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Pesquisas no Brasil
Com o diploma de bacharelado em mãos, recebeu um convite para sair da zona de conforto e se aventurar em outro país, em 2021. Laura agora estava prestes a escrever um novo capítulo de sua história: o mestrado em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Espírito Santo
A mestranda deu continuidade no trabalho da prótese de mão robótica, instrumentando-a com dois sensores de fibra óptica. Em 2023, defendeu a dissertação “Intelligent Soft-Sensor System to Add Haptic Perception to Underactuated Hand Prosthesis”, sob a orientação do professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Camilo Díaz Arturo.
O que conquistou Laura no Brasil não foi apenas a ciência, mas tudo o que veio com ela. A engenharia se encantou com a estrutura oferecida para pesquisadores, com a chance de aprimorar ainda mais os estudos e, principalmente, com o acolhimento caloroso dos brasileiros.
Ela relata que em seu país de origem, fazer ciência pode ser mais dificultoso devido a existir menos instituições de apoio financeiro para pesquisa, o que torna o processo mais complexo.
Nova etapa
Da graduação à Pós-Graduação, o objetivo de Laura sempre foi o mesmo: transformar a realidade à sua volta. E ela quer mais.
Segundo a engenharia, um desafio durante os estudos a estimulou a não parar na dissertação de mestrado. Laura explica que muitas pessoas, devido à falta de uma musculatura fortalecida, não conseguem sustentar o peso dos protótipos que pesquisadores como ela desenvolvem.
Reverter esse desafio ganhou espaço em sua tese de Doutorado, também na Ufes. A pesquisadora passou a se concentrar na criação de um exoesqueleto de membros superiores que facilite o uso de dispositivos mecânicos.
O aparelho, que deve ser apresentado nos próximos anos junto com a defesa do projeto, deve facilitar o suporte e a criação de dispositivos da Engenharia Biomédica, como por exemplo a própria prótese estudada por Laura durante a graduação.
Projetos acessíveis
Não adianta querer transformar a realidade sem antes entender que ela é diversa. E Laura entendeu muito bem isso.
Há alguns anos trabalhando com a prótese de mão em aspectos diferentes, Laura ressalta que seu objetivo é construir projetos de baixo custo e que possam ser acessíveis para todos.
A prótese, por exemplo, custa em média US$ 600 (aproximadamente R$ 3200)- em contrapartida, modelos comerciais já existentes que chegam até US$ 10.000 (aproximadamente R$ 55 mil).
A doutoranda esclareceu que a principal diferença entre os dispositivos é a composição, que é feita com impressoras 3D e usa menos motores, sendo mais acessível e mais dinâmico para a população.
Quando perguntada sobre sua maior motivação, afirma: “eu gosto de pensar que o que eu faço vai ter um impacto positivo nas pessoas, isso ao final das contas é a minha maior motivação.”
Experiências e Desafios
Da Colômbia para o Brasil e do Brasil para o outro lado do oceano, na Inglaterra, Durante o doutorado, Laura teve a oportunidade de ficar 6 meses na University of the West of England (UWE Bristol), desenvolvendo partes do exoesqueleto de membros superiores na instituição inglesa.
Nas horas vagas, Laura lê bastante, além de adorar ouvir música e patinar. Além disso, sair com os amigos e conhecer gente nova é fundamental para descontrair e relaxar.
A história de Laura está bem longe do fim. Nos próximos capítulos, a jovem que saiu da Colômbia e veio escrever uma trajetória longe de casa, vai seguir com a pesquisa, realizar testes com o protótipo em desenvolvimento e, é claro, continuar a mudar o mundo.