Natural de São Paulo, a professora Maria José Pontes gostava de estudar desde criança. - Foto: LabTel
Natural da cidade de Tietê, no interior de São Paulo, desde os 11 anos, Maria José Pontes gostava de estudar e praticar esportes, principalmente o vôlei.
Terceira de quatro filhas, não tinha em mente uma carreira que gostaria de seguir, mas o interesse pelas ciências exatas falava mais alto.
Na graduação em Física na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1985, Pontes teve seu primeiro contato com a pesquisa científica: uma medição da quantidade de óleo na semente de milho usando técnicas de ressonância nuclear.
A partir da iniciação científica, pesquisar, estudar e descobrir coisas novas tornou-se parte da rotina da então estudante. Graduada, Pontes resolveu cursar o mestrado no Instituto de Física Gleb Wataghin, na mesma instituição.
Antes de iniciar o doutorado, lecionou na rede pública de Campinas para alunos do ensino médio. Depois de um tempo, voltou a estudar e realizou o doutorado na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, em 1996.
Em certo momento, Pontes decidiu que era a hora de unificar os estudos: encontrou na engenharia uma oportunidade de aplicar os conceitos teóricos de forma mais prática.
Física Aplicada
Ainda movida pela realização que tinha ao estudar, mudou-se para Curitiba com a oportunidade de pesquisar como pós-doutoranda em Engenharia Elétrica no CEFET/PR, atual Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), finalizado em 1998.
No UTFPR, ficou até receber um convite para alçar voos maiores: uma proposta de uma empresa canadense para participar do desenvolvimento de produtos de software para projeto de amplificadores e sistemas ópticos em Ottawa.
Durante esse período, atendeu clientes do mundo inteiro, que traziam desafios relacionados a sistemas ópticos que eram resolvidos na capital do Canadá, cidade que a acolheu pela primeira vez morando fora do Brasil até o ano de 2002.
No entanto, o desejo de continuar pesquisando e descobrindo novas tecnologias ainda existia, mas um concurso para universidade ainda não era cogitado pela então doutora em Engenharia Elétrica.
Ao receber o convite de uma amiga para atuar no Instituto Militar de Engenharia (IME), em meados de 2003, no Rio de Janeiro, Maria José retornou ao Brasil. Continuou trabalhando com dispositivos e sistemas de comunicação e mudou de ideia sobre o concurso para professor em universidades públicas.
“Em tudo que você participa você aprende muito, talvez em cada função dessas eu mais recebi do que entreguei, é uma troca” disse a professora sobre as diferentes funções que exerceu ao longo da carreira.
Mudança para o ES
Em agosto de 2006, entrou como professora adjunta no Departamento de Engenharia Elétrica e desde então atua como pesquisadora e orientadora nos programas de graduação e pós-graduação da área.
Na universidade, a professora também colaborou com diversas instituições de ensino, como é o caso do Núcleo de Inovação Tecnológica da Ufes, do qual foi diretora de 2018 a 2020, da Sociedade Brasileira de Micro-ondas e Optoeletrônica – SBMO, além de ter sido membro do Comitê de Assessoramento em Engenharias IV do CNPq.
Para ela, não há nada mais realizador do que ver a universidade e os estudantes crescendo e atingindo parâmetros internacionais.
Desafios
Segundo a professora, os desafios pelo caminho foram muitos, mas com sobriedade e trabalho em equipe, foram sendo superados.
Como destaque, Pontes relembra as dificuldades de se fazer ciência sendo mulher. Hoje, apesar da desigualdade de gênero ainda persistir, a professora destaca que as mulheres conseguiram espaços significativos.
Laboratório de Telecomunicações
Pontes, que atualmente coordena o laboratório em parceria com o professor Marcelo Segatto, explica que dentro do LabTel, alunos e professores são colaboradores, o que traz um clima acolhedor e coletivo.
Dessa maneira, e também associado à sua multidisciplinaridade, o alcance dos projetos do laboratório é maior.
Em 2022, pós-pandemia, durante missão de trabalho em grandes instituições, como Cambridge University, Imperial College, Aston University e entre outras, a professora disse que foi marcante a inspiração para trazer processos e organização para o LabTel, qualidade e padrão internacional para a Ufes.
Segundo a professora, a pandemia marcou como um exemplo vivo o papel das universidades e da ciência para a população, com grandes centros de ensino se unindo em prol da sociedade.
Para o futuro, o esperado é continuar fazendo ciência, entregando projetos de qualidade e devolver para a sociedade os frutos da pesquisa científica.
“Tudo o que eu fiz não foi para mim, mas para deixar aqui pensando para que as coisas continuem avançando, e os resultados têm me deixado muito feliz”, disse.
Fora da Universidade
A rotina na universidade é corrida, em contrapartida, quando está fora das salas de aula, Pontes gosta de desacelerar.
A professora, que adora plantas, se dedica a cuidar da vegetação que ela mesma plantou ao redor do Centro Tecnológico XI.
Esportes como caminhada e pilates também a ajudam a descansar, assim como a leitura e o tempo com a família.
Conselhos para Iniciantes
Com décadas de experiência, Pontes explica que o segredo para aqueles que estão começando é ter paciência e dedicação.
“Nunca soube o que iria fazer lá na frente mas fui descobrindo e fui avançando, trabalhando com o que eu gostava de fazer, não tenha pressa, porque oportunidades aparecem.”
No tempo livre, a professora adora cuidar das plantas e passar momentos com a família. – Foto: LabTel
Muito além da sala de aula: a trajetória de Maria José Pontes, da Ufes
Natural da cidade de Tietê, no interior de São Paulo, desde os 11 anos, Maria José Pontes gostava de estudar e praticar esportes, principalmente o vôlei.
Terceira de quatro filhas, não tinha em mente uma carreira que gostaria de seguir, mas o interesse pelas ciências exatas falava mais alto.
Na graduação em Física na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1985, Pontes teve seu primeiro contato com a pesquisa científica: uma medição da quantidade de óleo na semente de milho usando técnicas de ressonância nuclear.
A partir da iniciação científica, pesquisar, estudar e descobrir coisas novas tornou-se parte da rotina da então estudante. Graduada, Pontes resolveu cursar o mestrado no Instituto de Física Gleb Wataghin, na mesma instituição.
Antes de iniciar o doutorado, lecionou na rede pública de Campinas para alunos do ensino médio. Depois de um tempo, voltou a estudar e realizou o doutorado na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp, em 1996.
Em certo momento, Pontes decidiu que era a hora de unificar os estudos: encontrou na engenharia uma oportunidade de aplicar os conceitos teóricos de forma mais prática.
Física Aplicada
Ainda movida pela realização que tinha ao estudar, mudou-se para Curitiba com a oportunidade de pesquisar como pós-doutoranda em Engenharia Elétrica no CEFET/PR, atual Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), finalizado em 1998.
No UTFPR, ficou até receber um convite para alçar voos maiores: uma proposta de uma empresa canadense para participar do desenvolvimento de produtos de software para projeto de amplificadores e sistemas ópticos em Ottawa.
Durante esse período, atendeu clientes do mundo inteiro, que traziam desafios relacionados a sistemas ópticos que eram resolvidos na capital do Canadá, cidade que a acolheu pela primeira vez morando fora do Brasil até o ano de 2002.
Leia mais sobre o LabTel
Laboratório recebe visita de parceiros da Petrobras; veja como foi!
LabTel cria garrafa inteligente para monitoramento de beija-flores no ES; veja o vídeo!
IN-Foton é destaque no evento Ciência, Tecnologia e Inovação, da Fapes
De volta à universidade
No entanto, o desejo de continuar pesquisando e descobrindo novas tecnologias ainda existia, mas um concurso para universidade ainda não era cogitado pela então doutora em Engenharia Elétrica.
Ao receber o convite de uma amiga para atuar no Instituto Militar de Engenharia (IME), em meados de 2003, no Rio de Janeiro, Maria José retornou ao Brasil. Continuou trabalhando com dispositivos e sistemas de comunicação e mudou de ideia sobre o concurso para professor em universidades públicas.
“Em tudo que você participa você aprende muito, talvez em cada função dessas eu mais recebi do que entreguei, é uma troca” disse a professora sobre as diferentes funções que exerceu ao longo da carreira.
Mudança para o ES
Em agosto de 2006, entrou como professora adjunta no Departamento de Engenharia Elétrica e desde então atua como pesquisadora e orientadora nos programas de graduação e pós-graduação da área.
Na universidade, a professora também colaborou com diversas instituições de ensino, como é o caso do Núcleo de Inovação Tecnológica da Ufes, do qual foi diretora de 2018 a 2020, da Sociedade Brasileira de Micro-ondas e Optoeletrônica – SBMO, além de ter sido membro do Comitê de Assessoramento em Engenharias IV do CNPq.
Para ela, não há nada mais realizador do que ver a universidade e os estudantes crescendo e atingindo parâmetros internacionais.
Desafios
Segundo a professora, os desafios pelo caminho foram muitos, mas com sobriedade e trabalho em equipe, foram sendo superados.
Como destaque, Pontes relembra as dificuldades de se fazer ciência sendo mulher. Hoje, apesar da desigualdade de gênero ainda persistir, a professora destaca que as mulheres conseguiram espaços significativos.
Laboratório de Telecomunicações
Pontes, que atualmente coordena o laboratório em parceria com o professor Marcelo Segatto, explica que dentro do LabTel, alunos e professores são colaboradores, o que traz um clima acolhedor e coletivo.
Dessa maneira, e também associado à sua multidisciplinaridade, o alcance dos projetos do laboratório é maior.
Em 2022, pós-pandemia, durante missão de trabalho em grandes instituições, como Cambridge University, Imperial College, Aston University e entre outras, a professora disse que foi marcante a inspiração para trazer processos e organização para o LabTel, qualidade e padrão internacional para a Ufes.
Segundo a professora, a pandemia marcou como um exemplo vivo o papel das universidades e da ciência para a população, com grandes centros de ensino se unindo em prol da sociedade.
Para o futuro, o esperado é continuar fazendo ciência, entregando projetos de qualidade e devolver para a sociedade os frutos da pesquisa científica.
“Tudo o que eu fiz não foi para mim, mas para deixar aqui pensando para que as coisas continuem avançando, e os resultados têm me deixado muito feliz”, disse.
Fora da Universidade
A rotina na universidade é corrida, em contrapartida, quando está fora das salas de aula, Pontes gosta de desacelerar.
A professora, que adora plantas, se dedica a cuidar da vegetação que ela mesma plantou ao redor do Centro Tecnológico XI.
Esportes como caminhada e pilates também a ajudam a descansar, assim como a leitura e o tempo com a família.
Conselhos para Iniciantes
Com décadas de experiência, Pontes explica que o segredo para aqueles que estão começando é ter paciência e dedicação.
“Nunca soube o que iria fazer lá na frente mas fui descobrindo e fui avançando, trabalhando com o que eu gostava de fazer, não tenha pressa, porque oportunidades aparecem.”