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Pesquisador do LabTel auxilia na implementação de rede acadêmica em Cabo Verde

O dispositivo foi validado em testes durante trabalho de campo. Foto: Reprodução/ELENA.

O professor do Departamento de Engenharia Elétrica (DEE) e pesquisador do Laboratório de Telecomunicações da Ufes (LabTel), Moisés Ribeiro, fez parte da equipe que demonstrou uma proposta inovadora para a viabilizar infraestrutura de redes acadêmicas em países do terceiro mundo através de infraestrutura virtualizada. O projeto foi motivado pelo caso de Cabo Verde. O país está na rota do cabo submarino Ellalink, que liga a América do Sul à Europa, mas não se habilitou às fibras deste cabo destinadas à academia (Projeto BELLA) por não possuir uma rede acadêmica própria. 

O projeto piloto de uma rede acadêmica virtualizada foi iniciado em 2022 e os resultados serão apresentados em março deste ano. A proposta, que tem por objetivo redução de custo inicial de infraestruturas, foi nomeada como Rede de Ensino e Pesquisa as a Service (RENaas) e promete auxiliar o desenvolvimento científico e tecnológico do país, interligando pesquisas de diferentes universidades e instituições do mundo.

O projeto foi uma iniciativa dos pesquisadores do Labtel e da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) em conjunto com o Trinity College Dublin, que submeteu com sucesso a pesquisa ao Programa de Inovação da Géant, federação europeia das redes acadêmicas.

Sobre o projeto

O RENaaS traz uma proposta inovadora se propondo a criar uma rede virtual em sobreposta a uma estrutura física já existente. Com isso, será possível oferecer os recursos de uma rede nacional de pesquisa com um custo reduzido. O trabalho tem como base um projeto em desenvolvimento pela Startup Vixphy denominado SAWI (Savvy Access through Worldwide Internet), como habilitadora de “Provedores Virtuais de Acesso” à internet. O RENaaS se beneficia também de outros projetos da Géant como o RARE/freeRtr.

Esse tipo de plataforma proposta pelo RENaaS é repleta de vantagens, permitindo a interação entre elementos virtuais programáveis e a estrutura física, por meio das técnicas de aprendizado de máquina. “A estrutura física sempre será necessária (hardware). A rede virtual aproveita do básico fornecido pela rede física, incorporando funcionalidades via software”, explica Ribeiro. 

A infraestrutura já existente no local vai permitir a implantação rápida de conectividade e reações a congestionamentos e falhas. Por ser baseada em nuvem, também será favorável na disponibilização de serviços relevantes às instituições, como o eduroam, famosa rede sem fio desenvolvida para a comunidade internacional de educação e pesquisa.

“Nós usamos esta conectividade para desviarmos o tráfego para a nuvem. Lá montamos os equipamentos e fazemos interligações entre outras nuvens montado uma rede própria completamente virtual”, completou Ribeiro.

Com o trabalho concluído no final de 2022, a Géant apresenta os resultados deste e outros nove projetos em um workshop agendado para o próximo dia 13. 

Rede Acadêmica

A rede acadêmica é uma ferramenta essencial para desenvolvimento técnico-científico de um país, sendo uma rede de internet própria que não se interliga com as públicas ou comerciais.

 “É uma rede basicamente composta por computadores e o objetivo dela é interligar universidades e centros acadêmicos para desenvolver pesquisa e transmitir informações diretamente de uma para outra”, explica Marcelo Segatto, coordenador e pesquisador do LabTel.

O professor afirma que as redes acadêmicas são importantes na ampliação do processo de internacionalização da universidade. “Mais do que ampliar, essa dinâmica sugere a sobrevivência das pesquisas. Não há laboratório de pesquisa no mundo que não trabalhe num esquema de rede de colaboração”, concluiu.

Internacionalização

A internacionalização é algo fundamental para a área da pesquisa. O LabTel, por exemplo, possui dois pesquisadores naturais de Cabo Verde, que chegaram para cursar pós-graduação na Ufes e permanecem até hoje como professores do Laboratório. 

O LabTel tem hoje cerca de 10 pesquisadores internacionais. A instituição tem também parcerias com diversos países, sendo eles: Alemanha, Canadá, Colômbia, Cabo Verde, China, Chipre, Inglaterra, Portugal e outros.

O projeto teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (Fapes), Géant, Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com a parceria local do Ponto de Presença da RNP no ES(PoP-ES).

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