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Pesquisa desenvolve curativo inteligente capaz de indicar eficiência de tratamento

Imagem: Freepik.

Criado para explorar e mapear ambientes, o robô HCS A1 possui tecnologia capaz de auxiliar resgates e facilitar a gestão de espaço de empresas. O dispositivo consegue ainda realizar essas funções de forma autônoma. A pesquisa foi desenvolvida por pesquisadores do Laboratório de Telecomunicações (LabTel) e do Human Centered Systems Laboratory (HCS), ambos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Ufes (PPGEE/Ufes). 

A ideia dos pesquisadores é que robô construa mapas com alto grau de realidade, proporcionando ao usuário a possibilidade de ter a sensação de telepresença. Esta visualização a distância de ambientes, de forma imersiva e virtual, ocorre ainda com a ajuda de um controle háptico que permite ao usuário sentir a interação com o espaço. Ao estar diante de um obstáculo, por exemplo, os sensores detectam essa informação e impedem o controlador de direcionar o robô para a frente. Nesse contexto, a pessoa vai sentir resistência ao manusear e vai redirecionar o trajeto.

“Esse projeto provém de uma colaboração do laboratório HCS com o Instituto de Inteligência Computacional Aplicada (I2CA). Procuramos desenvolver robôs móveis e estratégias de controle e interação para a utilização em diferentes contextos. Conseguir mapear ambientes com essa característica de tridimensionalidade, em 3D, nos permite várias aplicações e maior imersão do operador do robô. É um avanço que dificilmente seria alcançado com tecnologias que constroem mapas planos, em 2D,” detalha o orientador da pesquisa e professor do PPGEE da Ufes, Anselmo Frizera. 

Imagem: LabTel.

“A alta flexibilidade da fibra PDMS permite sua incorporação em tecidos e curativos sem influenciar em sua rigidez. A fibra PDMS com corante é incorporada no tecido de uma gaze e em um curativo, criando esse curativo inteligente”, detalha o professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE) da Ufes e um dos pesquisadores responsáveis, Anselmo Frizera.

Com essa bandagem, será possível evitar o surgimento de feridas crônicas, que ocorrem quando uma lesão não recebe o curativo ideal ou quando a causa da ferida não é devidamente tratada, impedindo a restauração completa dos tecidos. Com três meses sem progressos na cicatrização, o machucado é tido como uma ferida crônica, podendo evoluir para um quadro de alto risco de mortalidade, como a de graves infecções generalizadas. Um exemplo dessa condição é a úlcera do pé diabético, que é uma das complicações da diabete mellitus.

Fotônica

A fotônica é uma área de estudo referente à luz e sua onda-partícula, o fóton. Os estudos se estendem para a compreensão de sua geração, detecção, manipulação, emissão, transmissão, modelagem, processamento de sinal, amplificação e sensoriamento. O fenômeno que possibilita a utilização das fibras ópticas é justamente a reflexão interna total da luz. A popularização e o rápido crescimento desta área científica têm estimulado pesquisas e sua aplicação em indústrias de construção civil, aeroespacial, biomédicas e outras.

“Os avanços nos estudos sobre polímeros permitem o desenvolvimento de novas fibras ópticas, construídas de diferentes materiais e com características importantes, como alta flexibilidade, biocompatibilidade e biodegradabilidade”, explica Frizera.

Segundo o pesquisador, o trabalho com sensores em fibras ópticas para aplicações biomédicas é o foco das pesquisas realizadas no LabTel há cerca de oito anos. Ele aponta que o próximo passo da pesquisa é a realização de ensaios clínicos e avaliação de outros parâmetros, como o de atividade bacteriana. “Seguiremos trabalhando no desenvolvimento de sensores para monitoramento de parâmetros físicos e fisiológicos aplicados ao estudo do comportamento humano e de tecidos inteligentes”, destaca ele.

Financiamento e parcerias

Além de Frizera, o estudo conta com a contribuição científica do pesquisador Arnaldo Leal-Junior, que também atua como professor do PPGEE da Ufes. O estudo foi realizado em parceria com a Universidade de Aveiro, em Portugal, a Beihang University e a Beijing Normal University, na China, e contou com o financiamento da Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (Fapes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da National natural Science Foundation of China e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), de Portugal.

*Bolsista em projeto de comunicação

Edição: Sueli de Freitas e Thereza Marinho | Portal Ufes

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